CORRELAÇÃO ENTRE DISPÊNDIO ENERGÉTICO DIÁRIO TOTAL E PARÂMETROS SÉRICOS DA SÍNDROME METABÓLICA EM MULHERES ADULTAS
Marco Machado; Danilo Martins Miranda; José Ricardo Lomba; André Nascimento Monteiro.
A Síndrome Metabólica (SM) é uma das preocupações atuais dos profissionais da área da saúde, pois é de alta prevalência e de alta morbi-mortalidade. Consiste em vários sintomas e sinais relacionados às cardiopatias, hipertensão, diabetes tipo II e obesidade. A estratégia mais eficiente é a adesão a exercícios físicos regulares, que associado à alimentação adequada e a diminuição do estresse, tem efeitos preventivos ou terapêuticos. Esse estudo tem como objetivo verificar se há correlação entre o dispêndio energético total diário com fatores predisponentes a síndrome metabólica em mulheres adultas. Mulheres aparentemente saudáveis (n=55) entre 18 e 60 anos foram submetidas voluntariamente a um inquérito de atividades físicas e posteriormente estes dados foram usados para calcular o total de Dispêndio Energético Diário (DED) através do Compêndio de Atividades Físicas (CAF). Foram submetidas a uma coleta de sangue para dosagem de glicose de jejum, colesterol total, LDL, VLDL, HDL e triglicerídeos, todos possíveis indicadores para diagnóstico de SM. Além da análise do grupo total de mulheres, os sujeitos foram subdivididos em grupos: A (<29 anos, n=20), B (30-39, n=13), C (40-49, n=10) e D (>50, n=12). Os dados foram tratados estatisticamente para obtenção das médias e desvios padrões, e foi usada a correlação de Pearson para verificar a relação entre as variáveis (p<0,05). A análise inicial mostrou que apenas 10% das integrantes do estudo praticavam algum tipo de exercício formal, porém não se pode considerar as demais sedentárias visto que muitas caminham ou pedalam como meio de transporte ou cumprem atividades laborais extenuantes. O grupo TOTAL demonstrou correlação negativa (Pearson -0,317; p=0,005) entre idade e DED, ou seja, quanto maior a idade menor o gasto energético. Além disso, houve correlação positiva entre a idade e colesterol total (Pearson 0,328; p=0,004) e LDL (Pearson 0,336; p=0,004). Em contrapartida os mesmos parâmetros tiveram correlação negativa com o DED (colesterol total – Pearson -0,432; p=0,000 e LDL – Pearson -0,311; p=0,007), dado também verificado na dosagem de triglicerídeos (Pearson -0,236; p=0,040). No grupo A verifica-se correlação negativa entre o DED e o colesterol total (Pearson -0,588; p=0,006), LDL (Pearson -0,635; p=0,003) e triglicerídeos (Pearson -0,659; p=0,002). O grupo B, apresentou correlação apenas entre o colesterol total e o LDL (Pearson 0,893; p=0,000). No grupo C houve correlação negativa apenas entre a idade e DED (Pearson -0,673; p=0,033). No grupo D, somente verificamos correlação entre o colesterol total e LDL (Pearson 0,856; p=0,000). Não houve correlação entre os valores da glicemia de jejum com qualquer outra variável em qualquer dos grupos. A partir dos dados deste estudo podemos concluir que não especificamente o exercício físico, mas o dispêndio total de energia diário tem correlação com a redução dos índices considerados relevantes para a síndrome metabólica.
Palavras chave: Síndrome Metabólica, Exercício, Capacidade Cardio-Respiratória
Marco Machado; Danilo Martins Miranda; José Ricardo Lomba; André Nascimento Monteiro.