ANÁLISE DO RENDIMENTO TÉCNICO DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL FEMININO DURANTE OS JOGOS OLÍMPICOS DE ATENAS 2004
Lucinar Jupir Forner Flores, Patrícia Prado, Rodolfo Moreira, Décio Roberto Calegari.
O Handebol brasileiro feminino encontra-se em grande ascensão, aparentemente devido ao grande número de jogadoras que estão atuando em equipes europeias. Com isso, o objetivo deste estudo foi analisar o nível de rendimento técnico da seleção brasileira de handebol feminino nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004. Foram coletadas as informações técnicas através do site oficial dos jogos olímpicos, que permitiram calcular os índices relativos de Efetividade de Ataque (EA), Efetividade de Lançamento (EL), Efetividade do Goleiro (EG), e Percentual de Falhas Técnicas (PFT), conforme propostos por GRECO e VIEIRA (1990). Para tratamento estatístico, recorreu-se ao software SPSS 12.0, no qual foi realizado a estatística descritiva e a correlação de Spearman´s, sendo p<0,05 considerado significativo. Para a EA a equipe do Brasil chegou aos 39,56% de aproveitamento, acima da média da competição que foi de 39,18%, mas abaixo da melhor equipe neste quesito, a Hungria com 45,74% de aproveitamento. Da mesma maneira a EL da equipe do Brasil alcançou os 56,51% de eficiência, estando acima da média dos jogos (53,29%), mas abaixo dos níveis da Hungria que obteve o melhor índice (59,56%), em ambos os índices a equipe do Brasil alcançou o quarto melhor resultado. Já para o PFT a equipe do Brasil alcançou apenas o oitavo posto com um valor de 30,00% de falhas técnicas, estando acima da média da competição que foi de 26,64% e bem acima dos valores alcançados pela China, que obteve apenas 20,56% de erros. Na análise dos goleiros, a equipe do Brasil novamente apresentou o quarto melhor resultado, chegando aos 36,42% de arremessos defendidos, abaixo da Dinamarca que chegou aos 41,10%, mas acima da média da competição que foi de 34,55%. Em relação aos índices que podem interferir na colocação final das equipes na competição, a EG apresentou valores de correlação de r=-0,82 p<0,01 levando a crer que para esta competição quanto maior foi a EG melhor foi a colocação final da equipe nos Jogos Olímpicos de Atenas/2004. Estes resultados indicam superioridade das equipes europeias em grande parte dos quesitos, mas demonstra que a equipe do Brasil apresenta valores próximos aos das melhores equipes em três dos quatros índices. Apenas no PFT é que o Brasil apresentou um grande valor de erros técnicos o que pode demonstrar certa deficiência neste importante aspecto. Considera-se de suma importância à observação de competições de alto nível para obtenção de informações técnico-táticas, com o objetivo de auxiliar profissionais ligados ao handebol nacional e mapear detalhes que podem representar a diferença para o podium e uma medalha olímpica. Palavras chave: Handebol feminino, índice técnico, jogos olímpicos, Seleção Brasileira.
Lucinar Jupir Forner Flores, Patrícia Prado, Rodolfo Moreira, Décio Roberto Calegari.