EFEITOS DO TREINAMENTO RESISTIDO E DA SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA SOBRE A MORFOLOGIA DO MÚSCULO GASTROCNÊMIO DE RATOS WISTAR
Andreo Fernando Aguiar, Alan Dantas Santos Felisberto,Danilo Henrique Aguiar, Rachel Colauto Milanezi, Maeli Dal Pai Silva.
Objetivo: Este estudo avaliou os possíveis efeitos do treinamento resistido e da suplementação de creatina sobre a morfologia do músculo estriado esquelético de ratos. Métodos: Ratos wistar machos (80dias de idade, 250 a 300 g) foram aleatoriamente divididos em quatro grupos: não-treinados sem a suplementação de creatina (CO, n=8); não-treinados com a suplementação de creatina (CR, n= 8); treinados sem a suplementação de creatina (EX, n= 08); e treinados com a suplementação de creatina (CREX, n= 08). Os grupos EX e CREX foram submetidos a um protocolo de treinamento resistido de 5 semanas, na qual foram realizadas sessões de saltos em uma cuba contendo água a 28-32ºC e 38 cm de profundidade, com intervalos de 40 segundos entre as séries. A sobrecarga de treinamento foi ajustada por meio de um colete acoplado na região torácica do animal, sendo equivalente a 50% do peso corporal, durante a fase de adaptação ao meio líquido (1º ao 5º dia), 60% nos dias subseqüentes (6º ao 25º), e 70% na fase final do treinamento físico (26º ao 30º). Os grupos CR e CREX foram suplementados com creatina (0,5 g/kg peso corporal) durante todo o período de treinamento físico, administrada via oral (gavage). Ao final do experimento, os animais foram pesados e sacrificados, o músculo gastrocnêmio foi retirado e os fragmentos musculares foram congelados em n-Hexano resfriado em nitrogênio líquido a -156°C. Cortes histológicos (10 µm) foram submetidos à coloração H.E e a reação da ATPase miofibrilar (mATPase) (pH 4,4), para a identificação dos tipos de fibras musculares (I e II). Foi mensurada a freqüência dos tipos de fibras e calculada a área de secção transversal (AST) dos tipos de fibras (200 fibras/ animal), utilizando-se um analisador de imagens Leica Qwin. Resultados: Com relação à AST das fibras do músculo gastrocnêmio, não houve diferença significante entre os grupos CO e CR. Por outro lado, o grupo EX apresentou uma AST estatisticamente maior, em relação aos grupos CO e CREX. Houve aumento significante no percentual de fibras do tipo II, com concomitante redução das fibras do tipo I, no grupo CR, em relação ao CO. Inversamente, o grupo EX apresentou redução no percentual de fibras do tipo II e aumento das fibras do tipo I, comparado ao CO. Interessantemente, essas alterações não foram evidentes no grupo CREX, em relação ao CO. Conclusão: A suplementação de creatina associada ao treinamento resistido (CREX) não afetou a proporção de fibras do músculo gastrocnêmio. Interessantemente, a creatina isolada promoveu um efeito antagônico ao treinamento resistido na proporção das fibras. O treinamento isolado promoveu um aumento da AST das fibras musculares. No entanto, a suplementação de creatina, na ausência ou presença de treinamento, não promoveu alterações na AST das fibras do gastrocnêmio. Esse resultado sugere um efeito específico da creatina no aumento da AST, na dependência do músculo recrutado.
Palavras-chave: Músculo estriado esquelético, fibras musculares, gastrocnêmio, treinamento resistido, creatina.
Andreo Fernando Aguiar, Alan Dantas Santos Felisberto,Danilo Henrique Aguiar, Rachel Colauto Milanezi, Maeli Dal Pai Silva.