CORPO E MOVIMENTO NA DANÇA DE SALÃO: DISCUSSÃO SOBRE GÊNERO
Aline Botini Coan, Flávia Fiorante, Roberta Gaio.
O trabalho apresenta uma discussão sobre gênero, trazendo à baila uma reflexão sobre a condução do movimento coreográfico em dança de salão. Ao longo da história da dança fica evidente o domínio masculino nas danças de casal. O homem por ser uma figura forte que por séculos teve o papel de tomar as decisões, sempre teve o papel de conduzir a mulher nas danças aos pares. Nos dias de hoje, apesar da evolução social feminina e as discussões científicas sobre gênero, ainda continuamos a perceber uma conduta nas danças de salão que perpetuam os estereótipos construídos pela sociedade, que traduzem a hierarquia de poder masculina. Por que a condução permanece e precisa ser totalmente masculina? É possível algum meio de condução conjunta que minimize a passividade da mulher na dança? A partir de uma pesquisa bibliográfica sobre a história da dança de salão ao longo do tempo, sua essência, características, evoluções, analisamos as questões de gênero na sociedade, a diferença de costumes e tradições entre meninos e meninas, homens e mulheres. Optamos também pela realização de uma pesquisa descritiva de opinião, baseada em Rudio (2003) na cidade de Piracicaba, entrevistando profissionais que atuam junto aos grupos de dança de salão, investigando a visão quanto à condução das coreografias nas danças de casais. A pesquisa concluiu que os cavalheiros continuam a frente quando o assunto é condução e os profissionais não consideram esta uma situação de inferioridade, pelo contrário acredita que a dama possui sua função na dança, ela é responsável por florear à mesma, usando o seu charme e feminilidade. Esta investigação pretende contribuir com as discussões de gênero que permeiam as práticas corporais, na perspectiva de quebrar paradigmas de exclusão e poder.
Palavras chaves: Dança de salão, gênero e formação profissional.
Aline Botini Coan, Flávia Fiorante, Roberta Gaio.