ANÁLISE DA VARIAÇÃO NA CONCENTRAÇÃO DO LACTATO E DA GLICEMIA APÓS HIDRATAÇÃO DO ÁRBITRO DE FUTEBOL
Ricardo Fernández Perez, Fábio Rech, Marcos Ferreira Santos, Alberto Inácio da Silva.
O objetivo deste trabalho foi analisar a variação na concentração do lactato e da glicemia, após a hidratação espontânea (ad libitum) ou com quantidades pré-determinadas de líquidos (água mineral ou um repositor hidroeletrolítico) do árbitro de futebol no transcorrer da partida. Para tanto, foram avaliados 10 árbitros de futebol do sexo masculino, idade média de 38,9 ± 3,8 anos, massa corporal de 86,1 ± 7,1 kg e altura de 180,1 ± 7 cm. Eram todos credenciados pela Comissão de Arbitragem da Federação Paranaense de Futebol e atuaram durante o Campeonato Paranaense de 2005 e 2006. Cada árbitro foi avaliado em três partidas consecutivas, na primeira se reidrato ad libitum, na segunda recebeu um volume pré-determinado de água mineral, e na última o mesmo volume mais na forma de um repositor hidroeletrolítico isotônico. O nível de lactato foi mensurado, mediante a coleta de uma amostra de sangue de 50 µl, retirada do dedo indicator que foi coletada antes e imediatamente após o término da partida, utilizado um analisador de lactato portátil (Accutrend Lactate System, Roche Diagnostics, Basilea – Suiza). A concentração sérica de glicose foi determinada, utilizando um analisador portátil (Kit Accu-Chek Active, Roche Diagnostics, Basilea – Suiza), utilizando os mesmos procedimentos descritos para a mensuração do lactato. A perda total de água no organismo foi determinada a partir da mudança observada no peso corporal, considerando-se os valores do peso inicial, peso final, diurese, e do líquido ingerido pelo indivíduo durante o intervalo da partida. A concentração inicial e final de lactato e glicose não se modificou de forma estatisticamente significativa quando comparamos os resultados obtidos em todas as etapas deste estudo (p>0,05). A perda total de água corporal na primeira partida foi de 2,10 ± 0,57 litros, o que equivale a 2,44 ± 0,53% do seu peso corporal inicial. Esta percentagem foi reduzida de forma estatisticamente significativa pela reidratação com água mineral e com o repositor hidroeletrolítico isotônico (p<0,05). Os dados do presente trabalho indicam que a ingestão de volumes pré-determinados de fluidos, em especial a solução isotônica, antes e durante o intervalo da partida, foram capazes de reduzir significativamente as perdas de fluidos corporais dos árbitros, ou seja, quando o árbitro é hidratado com um repositor hidroeletrolítico ele anula fortemente a possibilidade de ter sua performance durante o jogo prejudicada em decorrência de fatores relacionados com a desidratação.
Palavras chave: Árbitro, futebol, reidratação.
Ricardo Fernández Perez, Fábio Rech, Marcos Ferreira Santos, Alberto Inácio da Silva.
