BIBLIOTECA DE ARTIGOS CIENTÍFICOS

Danielle Ferreira Auriemo Christofoletti, Gisele Maria Schwartz, Jossett Campagna, Danilo R. P. Santiago, Heraldo M. C. Teixeira

Este estudo, de natureza qualitativa objetivou investigar a percepção de profissionais envolvidos com o ensino do xadrez acerca da ocorrência de diferenciação nas estratégias utilizadas para se ensinar o jogo de xadrez em sala de aula, para preparar jogadores para competição e ensiná-lo apenas sob forma de divertimento para o contexto do lazer. O estudo foi realizado em duas etapas, constando de uma revisão bibliográfica acerca da temática em foco e uma pesquisa exploratória, desenvolvida por meio de entrevista estrutura, contendo 15 perguntas abertas. A amostra foi composta por 13 sujeitos, brasileiros, professores de xadrez, de ambos os sexos, faixa etária entre 22 e 56 anos, com níveis socioeconômicos variados e escolaridade superior, com experiência no ensino do xadrez acima de 12 anos, sendo todos professores em escolas e clubes e técnicos com reconhecimento nacional na modalidade, participantes dos Jogos Regionais, ocorridos em 2006. Os dados, analisados descritivamente, por meio da Técnica de Análise de Conteúdo Temático, indicam que 76,92% dos entrevistados afirmaram que há diferenças em se ensinar o xadrez, dependendo do contexto. Os participantes alegaram que, para se ensinar o xadrez para o âmbito do lazer, focaliza-se, especialmente, nas partidas e combinações temáticas, mostrando a beleza das jogadas e enfatizando o xadrez poético, bem como, utilizam brincadeiras como estratégia de ensino-aprendizagem. No ensino voltado para o xadrez escolar, a principal preocupação encontrava-se em agradar aos pais, ou seja, fazer com que o aluno soubesse jogar o básico, para poder ensinar e jogar com a família. Por fim, no xadrez competitivo ficou evidente a necessidade de maior empenho por parte do jogador, pois terá que conhecer diversas aberturas e dominar as teorias de final de jogo. O relacionamento entre as partes também foi apontado como essencial neste contexto. Para 15,38% dos participantes da amostra, não há qualquer diferenciação no ensino nesses contextos, pois, alcançar a expectativa pessoal do aluno em aprender independe dele estar desejando isto para jogar durante o tempo destinado ao lazer, em competição ou na escola, já que o foco recairá, sempre, na aprendizagem. Apenas um dos professores (7,69%) não emitiu opinião sobre o assunto abordado. Com base nos resultados da pesquisa, torna-se importante a realização de novos estudos, capazes de aprofundar os conhecimentos acerca do ensino desta modalidade, tendo em vista as diferentes possibilidades de atuação profissional com o xadrez, bem como , a conscientização dos envolvidos sobre as necessidades de adaptações para cada contexto. Palavras chave: Jogo, xadrez, ensino-aprendizagem, lazer, competição.

Danielle Ferreira Auriemo Christofoletti, Gisele Maria Schwartz, Jossett Campagna, Danilo R. P. Santiago, Heraldo M. C. Teixeira