PREVALÊNCIA DO USO DE ESTEROIDES ANABÓLICOS ANDROGÊNICOS EM ATLETAS FISICULTURISTAS DE UBERABA E REGIÃO
Lilian Cristina Gomes Nascimento, Rodrigo Otávio dos Santos, Gustavo Ribeiro da Mota, Moacir Marocolo Júnior, Octávio Barbosa Neto.
O presente estudo teve como objetivo estimar o consumo de esteroides anabólicos androgênicos (EAA) e avaliar os níveis pressóricos entre atletas fisiculturistas no município de Uberaba e região. Trinta e seis homens com idade entre 20 e 30 anos participaram voluntariamente deste estudo e foram separados em três grupos: sedentários controles (SED, n=12), fisiculturistas usuários (FUE, n=12) e não usuários de EAA (FNE, n=12). Foi utilizado um questionário estruturado de fácil entendimento para ser respondido voluntária e anonimamente a fim de se obter informações a respeito do estilo de vida, histórico de doenças, período de treinamento e/ou sedentarismo e padrões do uso de EAA. Foram avaliadas características antropométricas e composição corporal, além dos parâmetros de pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD). O decanoato de nandrolona revelou ser o EAA mais consumido (83,3 %), seguido pelo propianato de testosterona (75 %), stanozolol (58,3 %), cipionato de testosterona (25 %) e em menor padrão a oximetolona (16,6 %). A maioria dos usuários (91,6 %) fazia o uso desses esteroides pelo método de combinação de drogas. Os EAA foram adquiridos, em sua maioria, em farmácias (79,6%) por fontes não médicas e por intermédio de contrabando. Esses compostos eram autoadministrados por via intramuscular (81,4%), e a média do ciclo de uso foi de 9,3 ± 0,4 semanas, com padrões de uso piramidal e irregular com dosagem semanal de 652,0 ± 40,6 mg. Os FUE apresentaram elevados níveis de PAS (143,2 ± 2,4 mmHg) e PAD (92,0 ± 3,9 mmHg) em relação aos não usuários (124,5 ± 2,7 e 74,8 ± 2,6 mmHg; p<0,05) e sedentários (121,9 ± 2,1 e 73,2 ± 2,7 mmHg p<0,05), respectivamente. Contatou-se neste estudo que existe um perfil de utilização de anabolizantes sem prescrição médica em atletas fisiculturistas desta região, corroborando com a literatura, onde demonstra que o uso indiscriminado destes fármacos é prática comum na sociedade e principalmente no meio esportivo. Em adição, observou-se que estes usuários apresentaram elevados níveis pressóricos em repouso. Portanto, estes dados podem fornecer subsídios para que sejam tomadas medidas eficientes no sentido de mudar o perfil do consumo de EAA em nossa sociedade, e que o uso abusivo e sem controle destas drogas pode aumentar o risco de morte entre seus usuários.
Palavras-chave: Esteroides anabólicos androgênicos, drogas, fisiculturistas, doping.
Lilian Cristina Gomes Nascimento, Rodrigo Otávio dos Santos, Gustavo Ribeiro da Mota, Moacir Marocolo Júnior, Octávio Barbosa Neto.