BIBLIOTECA DE ARTIGOS CIENTÍFICOS

João Gurgel de Sousa Junior, Simone Maria Castellano, Luiz Antônio Silva Campos

As transformações socioeconômicas, culturais e tecnológicas ocorridas nos últimos tempos modificaram o estilo de vida das crianças, restringindo as possibilidades da prática de atividade fisicamente ativa, provavelmente em função do aumento da violência, população, tráfego, sistema urbano, trabalho infantil, escolas de tempo integral, tecnologia, dentre outros. Essas mudanças que podem levar as crianças à inatividade física, ao comportamento antissocial, entre outros, podendo causar prejuízos ao seu desenvolvimento. A obesidade é uma doença caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, de origem multifatorial, influenciada pelo ambiente, como alimentação inadequada, inatividade física ou pelo componente genético e pode desencadear danos nos aspectos da saúde, psicossociais entre outros. Diante das consequências, a prevenção e o tratamento devem priorizados baseados no binômio aumento da atividade física ativa e controle alimentar. Procedimentos e Métodos O presente estudo foi realizado na cidade de Uberaba-MG, em duas escolas: uma pública e privada, com o objetivo de comparar a prevalência de sobrepeso e obesidade e o cotidiano infantil das crianças de sete a 10 anos, caracterizado como descritivo. Foram coletados dados de 20 meninas e 26 meninos da escola pública, e 21 meninas e 29 meninos da privada. Foram realizadas avaliações antropométricas, considerando as indicações da NCHS (2006), relativas ao IMC (massa corporal/ estatura²) e observado as atividades das crianças através do Formulário de Atividade do Cotidiano Infantil (FAC), adaptado de Silva (2006). Resultados: Tempo (média em minutos) gasto pelas crianças nas atividades fisicamente ativas: um dia da semana, escola pública e privada respectivamente: 114min2s e 162min5s. Nas passivas: 303min2s e 389min1s. Nas ativas em um domingo: 100min3s e 162min5s. Nas passivas: 369min2s e389min1s. Quando comparados os resultados observou se a preferência pelas atividades passivas nas duas escolas. Referente ao IMC: com sobrepeso e obesidade respectivamente na escola pública, 30.4%e 8,6%. Quando separadas por sexo, meninas: 30%e 10%, meninos: 30% e 7,6% Na escola particular: 28%e 10%. Quando separadas por sexo, meninas: 38%e 8,5%, meninos: 20,6%e 10,3%. Considerações finais: Observou-se como resultado significativa prevalência de sobrepeso e obesidade nos meninos e meninas, tanto na escola pública quanto na privada, resultados que podem estar relacionados à preferência das crianças pelas atividades fisicamente passivas, porém fatores genéticos, maus hábitos alimentares podem ter contribuído. Tais dados exigem um novo olhar por parte dos pais, dirigentes escolares, profissionais de Educação Física e autoridades governamentais, no sentido de prevenção e tratamento, haja vista que essa epidemia pode causar sérios prejuízos ao desenvolvimento integral das crianças.

Palavras-chave: Criança. Obesidade. Desenvolvimento Infantil. Cotidiano Infantil.

João Gurgel de Sousa Junior, Simone Maria Castellano, Luiz Antônio Silva Campos