VARIABILIDADE DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS E ESTADO NUTRICIONAL POR ESTRATO ECONÔMICO, FAIXA ETÁRIA E GÊNERO EM ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE PITIMBÚ, LITORAL SUL DA PARAÍBA
Luciano Meireles de Pontes; Pedro Israel Cabral de Lira.
O objetivo do presente estudo foi identificar a variabilidade das medidas antropométricas e estado nutricional de acordo com o estrato econômico, faixa etária e gênero. Material e Métodos: A amostra foi constituída por 473 escolares de ambos os gêneros com faixa etária entre 6 a 17 anos, matriculados na Rede Municipal de Ensino de Pitimbú (PB) nos anos letivos de 2004/2005. A coleta de dados utilizou uma balança digital e estadiômetro para medir a massa corporal (MC) e estatura (EST); e questionário de classificação econômica (ANEP, 1997). Os escolares foram avaliados por parâmetros de peso e idade, seguindo os critérios de percentis (P) com base na referência do CDC (2000), que classifica: P<3=“baixo peso”; P3 e 10=“risco de baixo peso”; P10 e 75=“normalidade”; P85 e 97=“risco de sobrepeso”; P>97=“sobrepeso”. Para análise dos dados utilizou-se o software SPSS 14.0. Resultados: 53,0% compõem a classe econômica “D”; 27,9% “C”; e 19,1% se enquadram na “E”; na análise por estrato econômico, os sujeitos da classe “C” foram os mais acometidos pelo risco de sobrepeso (9,1%); a classe “E” apresentou maiores prevalências de risco para o baixo (15,6%); quando analisado por faixa etária e gênero, o maior índice de risco de baixo peso foi entre 5 e 8 anos (21,9%); no masculino o risco de sobrepeso foi maior entre 8,5 e 10 anos (9,8%); no feminino se observou maiores percentuais de sobrepeso entre 5 e 10 anos (6,6%) e 12 e 14 anos (1,5%). Os valores médios apresentaram no masculino maiores ganhos de MC entre 12 e 14 anos (9,3 kg); e menores entre 10 e 12 anos (5,2 kg); a elevação da EST foi maior entre 5 e 10 anos (17,1 cm); e menor entre 14 e 17 anos (6,8 cm); a proporção MC/EST mostrou maior alteração entre 12 e 14 anos. (1,3 kg/m2); no feminino, o maior ganho de MC foi visto entre 5 e 10 anos (10,1 kg); já o menor ganho se deu entre 14 e 17 anos (4,2 kg). Entre as relações de variáveis, observou-se que o masculino apresentou associações superiores em relação ao feminino, porém apenas a MC apresentou uma correlação forte com o IMC (r=0,857), condição também apresentada no sexo oposto (r=0,856); em ambos os gêneros, tanto a idade como a EST apresentaram um relação positiva, mais de baixa magnitude (r<0,70). Conclusão: A maioria dos escolares que participaram do estudo se enquadram nas classes econômicas mais extremas da pobreza. Foi constatado que os de melhor padrão econômico apresentaram um maior percentual de risco para o sobrepeso, estando os mais pobres mais próximos do risco de baixo peso e desnutrição. Quando analisado por gênero, o feminino se mostrou mais predisposto aos riscos do sobrepeso e o masculino aos da desnutrição.
Palavras chave: Antropometria. Estado nutricional. Saúde da Criança e do Adolescente.
Luciano Meireles de Pontes; Pedro Israel Cabral de Lira.