ESTUDO SOCIOMÉTRICO EM ATLETAS DE FUTSAL COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Vanderlei Palandrani Junior, Martha Frigene, Vagner Roberto Bergamo.
O teste sociométrico pode ser aplicado em qualquer grupo, em que todos os elementos se conheçam e realizam uma tarefa em comum há algum tempo, sendo proposto como teste de grande aplicabilidade às Ciências do Esporte, em especial no estudo dos fenômenos sócio-afetivo-culturais que compreendem o ambiente do esporte coletivo, entre eles o futsal. Assim, o presente estudo procurou determinar a posição, comportamento, integração e interação de atletas de futsal com deficiência intelectual que compõem o grupo esportivo avaliado. Amostra estudada constituiu-se por 15 atletas de futsal com deficiência intelectual, média de idade igual a 24,20 ± 4,78 anos, que participam há 3 anos das 2 sessões semanais, com duração de 2 horas, do “Projeto Futsal” desenvolvido pelo CIAD - PUC-Campinas. Os dados sociométricos foram coletados por meio de um questionário aplicado a todos os participantes da pesquisa em uma única oportunidade durante o 2º semestre de 2005. Os dados foram apresentados e interpretados sob a forma de diagrama (sociograma). Para a interpretação dos resultados, os atletas foram divididos em 2 grupos de acordo com o nível de limitação para a realização dos testes de aptidão física segundo modelo de classificação qualitativa da deficiência intelectual proposto por Winnick (2001). Os grupos foram constituídos por atletas com deficiência intelectual Leve (L) e Severa (S), compostos respectivamente por 12 e 3 atletas. Em decorrência a essência heterogênea característica do grupo estudado, situação esta que não se restringe apenas a população de pessoas com deficiência intelectual, adotou-se como estratégia a eleição de agentes competentes pertencentes ao grupo, ou seja, aqueles atletas mais competentes estiveram atuando como tutores daqueles com maior grau de comprometimento ao longo do estudo. Os dados coletados revelaram que os atletas eleitos tutores foram justamente aqueles mais citados pelos demais, caracterizando o fenômeno de identificação em estrela no sociograma, em especial, quando apontava-se o melhor amigo dentro do grupo esportivo. Quanto aos fenômenos observados, a predominância da identificação em estrela dos atletas tutores e escolha em cadeia dos participantes, revelam as múltiplas interações sócio-afetivo-culturais existentes no grupo esportivo e ascendem ao respeito e valorização das diferenças enquanto essência do desenvolvimento humano. Palavras chave: Deficiência intelectual, futsal, sociometria.
Vanderlei Palandrani Junior, Martha Frigene, Vagner Roberto Bergamo.
