INFLUÊNCIA DA CONDIÇÃO SOCIOECONÔMICA NO ESTADO NUTRICIONAL E PADRÃO ALIMENTAR DE CRIANÇAS DO MUNICÍPIO DE FRANCA - SP
Tatiana Facciolo da Mota, Liliana Figueiredo Andrade de Oliveira Ramos.
Introdução: O excesso de peso corporal em crianças tem aumentado drasticamente nas últimas décadas, em consequência dos maus hábitos alimentares e da diminuição da atividade física habitual da sociedade moderna, tornando-se um dos maiores problemas de saúde pública. Métodos: Este estudo incluiu 99 crianças (51,2% meninas), na faixa etária de 8 a10 anos (9,0 ± 0,8), selecionados aleatoriamente em um a escola da rede público de ensino (n = 49) e uma escola privada (n = 50) de Franca, São Paulo. O estado nutricional foi avaliado através de índices antropométricos [índice de massa corporal/idade (IMC/I), porcentagem de gordura (%G) corporal para a idade, peso/idade (P/I) e estatura/idade (E/I)] e o padrão alimentar foi analisado por meio de um questionário de frequência alimentar. Neste questionário também foram incluídas perguntas sobre a média diária de tempo gasto em frente à televisão e ao computador. Resultados: Todas as crianças apresentaram estatura adequada para a idade, 72,7% foram classificadas como eutróficas em relação ao P/I e 27,3% com peso elevado para a idade. Somente uma criança apresentou baixo IMC/I, 58,6% foram classificadas como eutróficas, 18,2% com sobrepeso e 22,2% como obesas. Em relação à porcentagem de gordura corporal, 9,1% das crianças possuíam baixa %G para a idade, 25,3% adequada %G para a idade e 65,7% alta %G para a idade. Observou-se uma alta ingestão diária de alimentos calóricos e baixa ingestão de frutas e verduras. As crianças de rede privada ingerem mais salgado/salgadinho (p<0,005) do que as da rede pública. Não foi verificada diferença estatística nas demais comparações entre o padrão alimentar dos escolares. As crianças da escola pública passam mais tempo assistindo TV (p <0,000) e usando o computador (p <0,000) do que os da escola particular. Em contrapartida os alunos da rede privada praticam mais atividades físicas fora da escola (p<0,005) do que os da rede pública. Não foram encontradas associações estatisticamente entre o perfil antropométrico em relação sistema de ensino ou ao tempo despendido em atividades sedentárias. Conclusão: O ambiente escolar tem sido considerado um ótimo espaço para a avaliação nutricional e intervenções relacionadas, além disso, é um grande agente para promover a educação alimentar, uma vez que a infância é o período de aquisição hábitos que perpetuam até a idade adulta, bem como a propagação do conceito de estilo de vida saudável, pois faz da criança um multiplicador dos seus conhecimentos.
Palavras chave: estado nutricional, condição socioeconômica, crianças.
Tatiana Facciolo da Mota, Liliana Figueiredo Andrade de Oliveira Ramos.
