O ESTIGMA DA GORDURA E AS PRÁTICAS CORPORAIS DE SAÚDE COMO PRODUTORAS DE SENTIDOS PARA O VIVER
Rafael da Silva Mattos, Madel Therezinha Luz.
A obesidade é definida como uma doença caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal que acarreta diminuição na qualidade de vida, menor autonomia, diminuição da vitalidade e da capacidade funcional para as tarefas cotidianas. Além disso, os obesos tornam-se estigmatizados na medida em que não se enquadram nos padrões hegemônicos de beleza na sociedade contemporânea. O isolamento social e afetivo cresce, juntamente com a angústia, a depressão e a sensação de abandono. Esta pesquisa teve como objetivo a apreensão e interpretação de sentidos e significados que os alunos obesos atribuem às práticas corporais de saúde realizadas no Projeto de Exercício Físico Adaptado para Obesidade (PEFAO) do Instituto de Educação Física e Desportos (IEFD) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no sentido de compreender os motivos que levam esses alunos a procurarem e a permanecerem neste Projeto de Extensão. Trata-se, pois, de um estudo de caso – de natureza sócio-antropológica - cuja estratégia metodológica adotada foi a articulação entre observação etnográfica (participante), entrevistas informais e formais (gravadas) e documentação fotográfica. Concluímos, assim, que atividades coletivas com indivíduos partilhando um mesmo estigma podem resultar em efeitos significativos, na medida em que o encontro com seus pares permite que vivenciem experiências construtoras de valores e produtoras de sentidos para além do desejo de emagrecimento.
Palavras chave: Práticas Corporais, saúde, obesidade, estigma .
Rafael da Silva Mattos, Madel Therezinha Luz.
