ANÁLISE DA FUNÇÃO AUTONÔMICA SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR EM HUMANOS SUBMETIDOS A MUDANÇA POSTURAL E IMERSÃO EM ÁGUA
Marília Cordeiro Finholdt, Octávio Barbosa Neto, Vanessa Capuano, Luiz Carlos dos Reis.
Indivíduos saudáveis, quando expostos agudamente à imersão em água termoneutra, apresentam alterações nos sistemas cardiovascular e autonômico, distintas daquelas que ocorrem em mudanças posturais fora do meio líquido. Todavia os mecanismos envolvidos nessas alterações não estão totalmente esclarecidos. Em razão disso, realizamos o presente estudo para analisar as influências da mudança postural e da imersão do corpo humano em água sobre a pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC), hematócrito e, atividade autonômica sobre o sistema circulatório. Participaram deste estudo 28 voluntários de ambos os gêneros com idade de 29 ± 6 anos, peso de 70 ± 18 Kg e índice de massa corpórea de 23 ± 5 Kg/m2. Antes e após a realização do procedimento experimental foram feitas determinações do hematócrito e da glicemia. O protocolo consistiu em quatro fases distintas: supino, ortostase, imersão e ortostase pós-imersão. Em todas as fases do protocolo foi verificada a PA e a FC foi registrada continuamente por um cardiofrequencímetro. Ao final do protocolo o valor da glicemia foi menor e do hematócrito foi maior em comparação ao início (p<0,05). Os valores da PA sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foram significantemente maiores nas situações de ortostase quando comparados ao supino e imersão o que também ocorreu em relação a FC nas posições ortostásticas versus supino e imersão (p<0,05). Os componentes das bandas de baixa frequência (BF) e de baixa frequência normalizada (BFnu) da variabilidade da FC (VFC), indicativos da atividade simpática, foram maiores em ambas as fases ortostáticas em comparação as outras fases (p<0,05). Ao mesmo tempo, as bandas de alta frequência (AF) e alta frequência normalizada (AFnu) da VFC, indicativos da atividade parassimpática, se apresentaram reduzidas em ambas as ortostases em relação ao supino e imersão (p<0,05). Por fim, a relação BF/AF da VFC, indicativo do balanço simpato-vagal, se encontrou aumentada nas condições ortostáticas comparado às outras posições. Sendo assim, nosso estudo demonstra que a atividade autonômica sobre o coração é influenciada pela posição corporal e imersão em água termoneutra, em decorrência da redistribuição do volume, pressões e fluxos circulatórios, e que podem ter ainda influência de hormônios como o antidiurético e o natriurético atrial.
Palavras chave: Imersão, Ortostatismo, Variabilidade da Frequência Cardíaca, Hormônios.
Marília Cordeiro Finholdt, Octávio Barbosa Neto, Vanessa Capuano, Luiz Carlos dos Reis.